Homens na Dança do Ventre

Quando falamos em dança do ventre, lógico pensamos em mulheres, mas o mundo da dança tem vários homens se destacando cada dia mais, e vamos combinar que eles arrasam nessa área, mas infelizmente existe vários preconceitos em relação a eles. Assim como em todas as profissões tem espaço para todos brilharem.

Me respondam, se a pessoa é boa no que faz porque ela não pode dançar independente do sexo, afinal nós mulheres sempre lutamos pelos direitos iguais, não é?

Atualmente tivemos Bruno Habib ministrando um workshop para a Cia de dança Rainhas do Nilo e ele nos contou sobre como foi difícil entrar para o meio da dança do ventre, fazendo algo que ele gosta e que temos certeza plena meninas que ele nasceu com o dom para fazer.

Nesse work tivemos o Rafael participando da aula, e ele também comenta abaixo das dificuldades para alcançar seu objetivo que é praticar a dança do ventre e quem sabe ainda ser um ícone masculino na dança do ventre assim como o Bruno. 

  

Rafael: Eu sou educador físico e sempre gostei muito de dança, junto a faculdade de educação física eu tive a oportunidade de conciliar o curso de dança de salão, sou amante de todas as danças e para mim dançar é dar vida a nossa alma.

A dança do ventre entrou na minha vida quando uma aluna da academia que eu trabalhava me disse que praticava e me convidou para assistir o festival da escola em que ela dançava. Nesse festival teve várias apresentações de dança do ventre, indiana e tribal e eu fiquei encantado. No final do espetáculo eu tive oportunidade de ir aos bastidores e conhecer os professores e bailarinos do evento. E o que me despertou a vontade de dançar a princípio foi a dança indiana, pois eu assistia a novela O Caminho das Índias e eu via homens dançando, não pensei duas vezes e já comecei as aulas.

Aí no próximo festival eu já participei e comecei a ter mais contato com esse mercado da dança e cultura oriental, e nesse tempo eu vi muitos homens dançando a dança do ventre também, a princípio achei estranho, mas com algumas pesquisas fui vendo toda as vertentes dessa dança milenar, com isso, passei a fazer também aulas de dança do ventre.

Participei de algumas apresentações e festivais de dança do ventre, mas para nós que estamos dançando tudo é normal, porém, para muitos que veêm um homem dançando uma dança que até então é só para mulheres é estranho. Eu fui muito criticado por praticar, mas minha vontade de aprender e meu amor pela dança é maior. Preconceitos sofremos sim, mas hoje eu me sinto mais forte e seguro do que eu quero na dança, há 5 anos nesse meio já aprendi muito e tenho muito mais coisas para aprender. O preconceito só me faz mostrar o melhor de mim e do que eu ainda sou capaz na dança, eu busco aperfeiçoar a cada dia mais e mostrar que eu posso ser melhor.

Rafael Taryk